Santos goleia por 7 a 1 no Troféu Independência no Estádio Américo Guazzelli 1956
Na tarde de sexta-feira, 7 de setembro de 1956, feriado nacional comemorando os 134 anos da Independência do Brasil, o prefeito de Santo André, Pedro Dell’Antonia, convidou o time do Santos para disputar uma partida amistosa contra o Corinthians FC.
O jogo aconteceu no Estádio Américo Guazzelli (que foi demolido posteriormente) e valia o Troféu Independência. O Santos venceu o time da cidade do ABC pelo impressionante placar de 7 a 1.
O técnico Luiz Alonso Perez, conhecido como Lula, escalou a seguinte equipe para aquele distante e festivo dia: Manga, Hélvio e Ivan (depois substituído por Cássio); Ramiro (Fioti), Urubatão e Zito (Feijó); Alfredinho (Dorval), Álvaro (Raimundinho), Del Vecchio (Pelé), Jair Rosa Pinto e Tite.
O Corinthians, apelidado de Galo Preto da Vila Alzira, também chamado carinhosamente de Corintinha por seus torcedores, entrou em campo com Antoninho (substituído por Zaluar), Bugre e Chicão (Itamar); Mendes, Zico e Chanca; Vilmar, Cica, Teleco (Baiano), Rubens e Dore. O árbitro foi Emilio Ramos.
Naquela época, o Santos já era reconhecido como Campeão da Técnica e da Disciplina, título adquirido em 1927. O time estava participando do Torneio de Classificação da Federação Paulista de Futebol, onde liderava a competição.
Essa fase de classificação, que garantiu o acesso à fase final do Campeonato Paulista, foi conquistada de forma invicta pelo Santos, que disputou 17 partidas, vencendo 13 e empatando quatro. O troféu Jorge dos Santos Caldeira foi levado para a Baixada Santista.
No início de 1957, o Santos se consagraria Bicampeão Paulista, vencendo o torneio regional pela terceira vez desde sua criação em 1902.
Troféu Independência: A marcha “Leão do Mar”
A marcha “Leão do Mar”, composta por Maugeri Neto e Maugeri Sobrinho, foi criada para homenagear essas conquistas memoráveis do time, que já era uma sensação no esporte nacional.
O primeiro dos 1.282 gols marcados pelo Rei do Futebol
Esse confronto marcou a oitava vez em que Santos e Corinthians FC se enfrentavam, e mais uma vez o Corintinha não conseguiu vencer. Desde o primeiro encontro, em 21 de outubro de 1923, o Santos manteve sua invencibilidade.
A partida, disputada com portões abertos em um dia quente, foi dominada pelo Santos, que não deu chances ao Galo da Vila Alzira, o qual foi um mero espectador em campo.
O ponta-direita Alfredinho, também conhecido como Alfredinho lambreta, abriu o placar aos 33 minutos do primeiro tempo. O artilheiro do Campeonato Paulista de 1955, Emmanuelle Del Vecchio, ampliou para 2 a 0, e Álvaro marcou o terceiro aos 36 minutos. Alfredinho voltou a balançar as redes aos 44 minutos, fechando o primeiro tempo em 4 a 0.
No segundo tempo, Del Vecchio fez o quinto gol aos 16 minutos. Foi então que o técnico Lula decidiu dar uma chance ao jovem jogador de Bauru, indicado por Waldemar de Brito, que vinha se destacando nos treinos.
O garoto, apelidado de “Gasolina”, não se intimidou e, aos 34 minutos, marcou seu primeiro gol com a camisa do Santos, que seria o primeiro dos 1.091 gols que faria pelo clube.
Troféu Independência: Zaluar – Gol do Rei Pelé – 001
O goleiro do Corintinha, Zaluar, orgulhoso por ser o primeiro a levar um gol de Pelé, mandou fazer um cartão de visitas com a inscrição: “Zaluar – Gol do Rei Pelé – 001”. Zaluar faleceu em outubro de 1995, aos 69 anos.
Anos depois, Chanca, que estava em campo naquele dia, descreveu o lance de maneira diferente. Segundo ele, a bola sobrou no meio-campo após um cabeceio de Hélvio, e Pelé driblou alguns jogadores antes de finalizar.
Vilmar marcou o gol de honra do Corintinha aos 39 minutos, mas Jair Rosa Pinto, veterano nascido em Quatis, Rio de Janeiro, fez o último gol da partida aos 44 minutos, encerrando o placar em 7 a 1.
Troféu Independência: Dico, Gasolina e finalmente Pelé
E se, ao invés de Pelé, seu apelido tivesse sido Telé, como grafado incorretamente pelo jornal “O Estado de São Paulo”? Quando estreou com a camisa nº 15, Pelé tinha apenas 15 anos, 10 meses e 15 dias, e sua velocidade impressionava os mais experientes, que o chamavam de Gasolina.
Pelé chegou ao Santos vindo de Bauru no dia 22 de julho de 1956 e estreou no time principal em um jogo que, no futuro, seria apenas o início de uma história gloriosa que seria escrita em páginas douradas nos jornais do mundo todo.
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