Mural histórico do Santos FC é apagado, removendo autógrafos de Pelé e Neymar
SANTOS FC – MURAL
A recente decisão do Santos Futebol Clube de cobrir o mural “Os Grandes Ataques”, localizado no CT Rei Pelé, e que exibia as assinaturas de Pelé, Neymar, Coutinho e outros ídolos históricos do clube, gerou intensa repercussão entre torcedores e o público. A parede, que antes fazia parte de um cenário audiovisual para a Santos TV, agora está coberta por tinta cinza, removendo definitivamente o registro artístico de duas eras icônicas do ataque santista.
A obra e sua importância histórica
O mural, idealizado e criado pelo artista Paulo Consentino, homenageava duas gerações marcantes do Santos. A primeira, composta pelo trio lendário dos anos 1960: Pelé, Coutinho e Pepe. Já a segunda, formada em 2010, reunia Neymar, Ganso e Robinho, que trouxeram novos títulos e reconhecimento internacional ao clube. A obra foi inaugurada em 2010, como parte de um esforço para celebrar esses períodos gloriosos da história santista e imortalizar as assinaturas desses craques. Contudo, com a decisão recente, esse pedaço da memória visual do Santos foi apagado, para surpresa de muitos.
Motivos apresentados pelo clube
A justificativa oficial dada pela diretoria do Santos é a necessidade de manutenção. Segundo a administração do clube, a parede que exibia o mural estava danificada, e os papéis de parede mostravam sinais de desgaste ao longo dos anos. A reforma, realizada em janeiro deste ano, teria sido inevitável para manter as condições estruturais do espaço, ainda mais considerando que a sala onde o mural estava originalmente foi recentemente destinada ao uso do supervisor de futebol Evaldo Prudêncio, pessoa de confiança do presidente Marcelo Teixeira.
Entretanto, essa explicação dividiu opiniões entre torcedores e ex-jogadores do clube. Para muitos, a remoção do mural simboliza uma perda do respeito pela rica história do Santos, ainda mais em um ano que marcou a despedida de Pelé e outros ícones da geração de ouro do futebol brasileiro.
Reação de Paulo Consentino
Paulo Consentino, autor da obra apagada, expressou seu pesar pela decisão do clube. Em declarações recentes, o artista lamentou que sua criação, que continha assinaturas únicas e insubstituíveis de Pelé e Coutinho, tenha sido retirada sem qualquer diálogo ou tentativa de preservação. A arte, que honrava a trajetória de jogadores históricos do Santos, foi eliminada com o simples uso de tinta cinza, encerrando uma representação que, segundo Consentino, era mais do que uma pintura, mas uma homenagem imortal.
Para Consentino, a perda é especialmente dolorosa pelas assinaturas dos jogadores já falecidos. Pelé, o maior ídolo da história santista, faleceu em dezembro de 2022, enquanto Coutinho, que também marcou sua época no Santos e na seleção brasileira, partiu em março de 2019. Segundo o artista, esses autógrafos representavam mais que ícones do futebol; simbolizavam a essência da história santista e do futebol brasileiro.
A importância dos murais e da memória no esporte
A decisão do Santos levanta uma questão fundamental para instituições esportivas: a preservação da memória histórica. Murais e monumentos como “Os Grandes Ataques” representam não apenas homenagens aos grandes nomes do esporte, mas também um elo entre a tradição e as novas gerações de torcedores. A valorização de ídolos como Pelé e Neymar, por meio de obras de arte, contribui para que o legado santista permaneça vivo, permitindo que torcedores, independentemente da idade, conheçam e celebrem a herança do clube.
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Muitos torcedores argumentam que a preservação de obras de valor histórico não é apenas uma questão de arte, mas uma forma de fortalecer a identidade cultural e emocional da instituição. Através desses espaços de memória, jovens torcedores podem ter contato com a trajetória de Pelé, Coutinho, Pepe, Neymar e tantos outros, construindo um entendimento mais profundo sobre o significado do Santos FC para o futebol mundial.
Repercussão e polêmica entre torcedores
As redes sociais foram tomadas por manifestações de descontentamento e tristeza por parte dos torcedores. A comunidade santista, conhecida por seu respeito e admiração pela história do clube, enxerga a decisão como um distanciamento das tradições que sempre foram a base da instituição. Diversos torcedores consideraram a remoção do mural um “desrespeito” à memória de ídolos e, mais ainda, ao público que preserva a memória do clube.
Alguns membros da torcida organizada e grupos de apoio ao clube afirmaram que pretendem levar o assunto à diretoria e pedir uma explicação mais detalhada sobre o motivo real da remoção. Para esses grupos, o Santos precisa equilibrar sua modernização com a valorização de sua história, e apagar o mural foi uma escolha que desconsiderou esse equilíbrio.
Os desafios da nova gestão santista
A gestão do Santos, sob a liderança de Marcelo Teixeira, vem implementando uma série de mudanças estruturais no clube, tanto no âmbito administrativo quanto nas instalações. O CT Rei Pelé, local onde o mural estava localizado, passou por diversas reformas nos últimos meses, visando modernizar e otimizar o espaço para o uso diário do elenco e da comissão técnica. Contudo, ações como essa têm sido interpretadas por alguns como sinais de que a nova gestão estaria menos preocupada com o patrimônio histórico do Santos, priorizando apenas a modernização.
Por outro lado, os defensores da atual administração ressaltam que reformas e modernizações são essenciais para manter o clube competitivo e com infraestrutura adequada para atrair novos talentos e patrocinadores. A decisão de transformar a sala que abrigava o mural em um escritório para a supervisão de futebol também gerou polêmica, uma vez que o espaço anteriormente era utilizado para gravações e atividades da Santos TV, que se dedicava à produção de conteúdo para as redes sociais do clube.
Possíveis alternativas para preservar o legado
Diante da controvérsia, diversas sugestões foram propostas por torcedores e especialistas em gestão esportiva sobre formas alternativas para honrar a história do Santos. Entre as ideias mais mencionadas, estão:
- Criação de uma nova galeria dedicada a homenagear os grandes jogadores da história do clube.
- Restauração ou reprodução do mural em um espaço adequado e aberto ao público, para que torcedores e visitantes possam conhecer as assinaturas e obras originais.
- Organização de exposições temporárias ou permanentes de arte no CT Rei Pelé, dando visibilidade aos feitos dos ídolos santistas.
Essas alternativas, segundo os torcedores, poderiam ter sido consideradas pela administração do Santos antes de optar por apagar o mural. O objetivo seria encontrar um equilíbrio entre o respeito ao passado e a necessidade de renovar e modernizar a infraestrutura do clube, sem que isso implicasse na perda de referências históricas para os torcedores.
A relação entre arte e esporte: um elo fundamental
A conexão entre arte e esporte é essencial para a cultura futebolística. Obras de arte que retratam ídolos e momentos históricos servem como símbolos duradouros de conquistas e emoções vividas no campo. No caso do Santos, cuja identidade é marcada pela figura de Pelé, o Rei do Futebol, essas homenagens se tornam ainda mais relevantes. Em tempos de avanços tecnológicos e mudanças rápidas, a preservação do passado proporciona uma sensação de continuidade e respeito às raízes.
A experiência de torcer pelo Santos vai além de acompanhar os jogos; ela envolve um orgulho pelo legado deixado por atletas que revolucionaram o futebol. O mural “Os Grandes Ataques” não era apenas uma obra de arte, mas um testemunho visual da trajetória do clube e de seus heróis.
Conclusão do desfecho do mural
Ao apagar o mural histórico de Paulo Consentino, o Santos FC gerou um debate que ultrapassa as questões de modernização e chega ao núcleo de sua identidade como clube. O episódio, repleto de críticas e reações emocionadas, reflete a importância de preservar símbolos históricos, especialmente em um clube como o Santos, que sempre honrou suas raízes e seus ídolos. Em um cenário de desafios, onde tradição e inovação devem coexistir, a preservação da memória pode ser o que inspira as próximas gerações de torcedores a manter vivo o amor pelo clube e pelos jogadores que fizeram história com a camisa alvinegra.
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