Umas das últimas revelações das categorias de base do Santos, o zagueiro Jair, de 19 anos, vive a expectativa de concretizar um objetivo que traçou no início da atual temporada: tirar o Peixe da Série B e recolocá-lo na elite do futebol nacional.

Jair – Santos FC : Entrevista ao Trivela


Em entrevista exclusiva à Trivela, o Menino da Vila contou como foi a sua trajetória no clube. Desde a sua chegada, com 11 anos, até a oportunidade de jogar ao lado do experiente Gil, que tem sido importante na sua evolução.

Trivela: Como e com quantos anos você chegou ao Santos?
Jair: Cheguei no Santos com 11 anos por meio de um teste. O pai do Fernando Roca, que jogava aqui no Santos, pegou uma inscrição para mim e vim fazer o teste. Nesse período fiquei na casa do Fernando. Nessa época, eu jogava apenas em escolinhas de futebol, em Orlândia. Lá já atuava no futsal e no campo.

Você está com 19 anos. Ao longo desses oito anos de Santos, existiu alguma situação de sufoco que te fez pensar em desistir da carreira?
Hm… acho que não. Sempre tive uma força mental muito boa, independentemente da situação que estivesse passando. É claro que em alguns momentos a gente se depara com situações complicadas como saudades da família. Mas o meu pior momento foi durante a pandemia. Naquela época a gente ficava em casa, treinando por vídeos e era complicado. Mas nunca passou pela minha cabeça desistir.

Você falou em saudades da família. Você veio sozinho de Orlândia e morou na Vila Belmiro? Como foi o seu início em Santos?
No início, morei com a família de um amigo paraguaio, que jogava aqui no Sub-13. Foram seis morando com eles. Em seguida, morei com o Gabriel Bontempo, que está na base. Depois, quando estava com 12 anos, a minha mãe também se mudou para Santos e estou morando com ela até hoje.

Você é apontado como uma joia do Santos desde a base? Isso te trouxe algum tipo de pressão?
Ah… sempre tem uma pressão. Até porque jogar no Santos por si só exige uma pressão muito grande. Mas como falei anteriormente, tenho uma força mental muito boa. Sempre contei com o apoio da minha família para encarar tudo com naturalidade.

Você subiu no ano passado. No meio daquele furacão. O que passou pela sua cabeça quando chegou no vestiário depois do jogo com o Fortaleza?
Estava um clima muito pesado. Era tudo muito estranho pensar que o Santos disputaria a série B. Lembro de ver todo mundo triste e de cabeça baixa.

Apesar de ter atuado pouco, você teve receio de ficar marcado como um dos jogadores que rebaixaram o Santos?
Não tive esse receio. Encarei tudo como uma oportunidade de poder reerguer o Santos e colocar o meu nome na história do clube.

Jair sendo batizado pelo elenco profissional do Santos
Jair recebendo o batismo dos companheiros pela promoção ao elenco profissional do Santos, em 2023 (Foto: Flickr/SantosFC)

Como tem sido atuar ao lado do Gil?
Sensacional! Não só pela pessoa que ele é dentro de campo, mas também por aquilo que é fora. Ele é um cara muito humilde, e trabalhador. Ele literalmente chega antes e sai depois de todo mundo. É um verdadeiro exemplo. Tem sido muito bom jogar do lado dele. Me passa um pouco da sua experiência e me dá muita confiança para atuar naturalmente.

Ele costuma te chamar para conversar e orientar?
Sim, sempre que faço alguma coisa errada, seja no treinamento ou no jogo, ele corrige, me mostra como devo fazer. Como ele é mais experiente e já jogou em mais clubes me passa muitos ensinamentos.

E ele já te revelou se vai se aposentar ou seguir a carreira?
(Risos) Ainda não me falou, não.

Quando você entrou assumiu a titularidade, você sempre buscava sair jogando. Foi uma melhoria em relação às saídas de jogo do Joaquim. Porém, nos últimos jogos tem usado muitos lançamentos. Isso é consequência da marcação dos adversários na sua saída de bola mais construtiva ou é uma orientação da comissão técnica?
Não é orientação. É que cada jogo pede uma atitude. Tem partidas em que preciso sair jogando e outras que são necessários os lançamentos. O Carille não faz essa exigência. Somos nós que tomamos as decisões dentro de campo.

Quem é o seu melhor amigo no elenco do Santos?
Atualmente os mais próximos são o Souza e o JP Chermont. Normalmente fico mais com a rapaziada que veio da base.

E o Deivid Washington? Vocês ainda jogam videogame online? Quem é o pato de quem?
Sim, jogamos direto. Eu, ele, Falcão e o Bontempo. Mas o Deivid é o mais pato de todos. Todos batem nele no videogame (Risos).

Qual foi a sua melhor e pior partida como profissional do Santos?
Acho que a melhor foi contra o Coritiba, que vencemos por 4 a 0. A pior foi contra o Brusque, na Arena Joinville, porque o gramado lá não tinha boas condições e isso atrapalhou bastante.

Como foi converter aquele pênalti contra a Portuguesa que classificou o Santos às semifinais do Campeonato Paulista?
Fiquei muito feliz aquele dia por poder marcar o gol que classificou a equipe. Lembro que o Carille e o restante da comissão me escolheram, porque me viram cobrando pênaltis durante a semana, nos treinamentos. Eu estava com um bom aproveitamento. Quando o Carille perguntou se estava confiante para bater eu disse que sim.

E aquela caminhada até a marca do pênalti? Tensa?
Muita gente me pergunta se fiquei nervoso, mas curiosamente não fiquei, porque as cobranças feitas nos treinamentos me deixaram muito bem em termos de confiança. Quando cheguei ali na grande área já sabia o que tinha que fazer e foi tranquilo, graças a Deus.

Jair na disputa de pênaltis contra a Portuguesa
Nas quartas de final do Campeonato Paulista, Jair converteu o pênalti que fez o Santos eliminar a Portuguesa e avançar para encarar o Red Bull Bragantino (Foto: Flickr/SantosFC)

Se pintar pênaltis durante os jogos? Carille pode contar com o Jair?
Ah… se precisar (Risos)

Você já começou a ser cobiçado no mercado. Como ficou a sua cabeça com a proposta do Porto?
Eu já estava bem focado no Santos. O meu foco é aqui. Tudo que envolve o extracampo deixo com os meus empresários.

E rolou alguma frustração por não ter sido vendido?
Não, não… de maneira nenhuma.

O futebol europeu parece ser questão de tempo na sua carreira. Tem preferência por alguma liga?
Por ter o sonho de atuar ao lado do Van Dijk (zagueiro do Liverpool), escolho a Premier League.

Aí teria que marcar o Deivid Washington. Seria fácil?
Ah… marcar o Deivid é tranquilo (Risos)

Antes de ir para a Europa, qual é o seu grande sonho como jogador do Santos?
Estou muito focado na Série B. Então, o meu grande sonho hoje é conquistar o acesso com o título e colocar o Santos na elite do futebol brasileiro. Depois disso, erguer um outro troféu de relevância.

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